Crítica do filme: “Cassandro”, com Gael Garcia Bernal como luchador liberado, é um sucesso

Gael Garcia Bernal, o ator mexicano conhecido por seus notáveis papéis em filmes como “Amores Perros” e “Y tu mamá también”, surpreende hoje com seu novo papel no mundo do wrestling mexicano, a lucha libre.
Uma transformação surpreendente
Bernal, conhecido por sua versatilidade e capacidade de transformação, sempre foi um ator camaleão, seja como vilão em “Má Educação”, de Pedro Almodóvar, ou como Che Guevara em “Cadernos de Viagem”, de Walter Salles.
Mas já faz algum tempo que Bernal não teve um papel forte o suficiente para encorajá-lo a ir até o fim. Isto é feito agora com “Cassandro”, o mais recente filme de Roger Ross Williams, que conta a história real do lutador mexicano Saúl Armendáriz.
A Ascensão de Cassandro
Armendáriz, apelidado de Cassandro, é um exótico da luta livre mexicana da década de 1990. Exóticos eram lutadores masculinos vestidos de mulher, criados para contrastar com lutas viris e poderosas.
Mas Armendáriz, um homem gay, queria que seu personagem fosse além desses clichês. Ele queria competir contra os luchadores em pé de igualdade.
Empoderamento gay
“Cassandro” conta-nos a ascensão de Armendáriz, sempre em desvantagem, à glória. Bernal interpreta Armendáriz com uma inocência contagiante, mesmo quando usa drogas no banheiro. Acima de tudo, sua transformação de exótico em herói que abala as tradições da luta livre mexicana é uma metáfora poderosa para o empoderamento LGBTQ+.
A luta de Cassandro
Armendáriz, depois de lutar para se destacar como lutador do El Topo, é convencido por seu treinador a entrar no ringue como um exótico. No entanto, ele se recusa a desempenhar o papel de Cassandro como deveria. Em primeiro lugar, ele quer vencer, enquanto os exóticos deveriam ser vítimas afeminadas e extravagantes, facilmente derrotadas pelos luchadores. Além disso, em vez de usar máscara como os demais, Armendáriz decide se mostrar sem proteção, o que lhe rende ondas de homofobia por parte de muitos espectadores.
Um herói inesperado
Mas Armendáriz os conquista, transformando o estereótipo gay em herói. “Eu me senti como a Mulher Maravilha”, disse ele uma vez. Apesar das dificuldades enfrentadas por Armendáriz, o filme “Cassandro” nem sempre foca na dor interior que ele pode ter sentido. Com esse longa, Williams poderia ter explorado mais o aspecto documental que teria servido melhor à sensacional história de Cassandro. No entanto, “Cassandro” certamente cativará um grande público graças à atuação carismática de Bernal.
Uma história para descobrir
“Cassandro” nos mergulha no mundo cativante da luta livre mexicana através da incrível história de Saúl Armendáriz. A Amazon Studios está lançando o filme nos cinemas em edição limitada nesta sexta-feira, antes de seu lançamento no Amazon Prime Video em 22 de setembro.
Classificação: “Cassandro” é classificado como R (menores de 17 anos desacompanhados) pela Motion Picture Association devido ao idioma, uso de drogas e conteúdo sexual. Duração: 107 minutos. Três estrelas de quatro.
Fonte: www.timesleader.com