David Fincher escolhe o ‘Assassino’ errado para o thriller da Netflix sem sua vantagem habitual
David Fincher é prolífico quando se trata de thrillers. Desta vez, oferece-nos “O Assassino”, um filme que procura manter-se tão imparcial e eficaz como o seu protagonista. Mas isso realmente funciona?
Um protagonista insensível e ambíguo
O personagem principal, interpretado por Michael Fassbender, evolui neste filme com uma precisão implacável. Ele fala mais em voz off do que com os outros personagens, lançando-se em reflexões filosóficas sobre “acaso, carma e justiça” enquanto mostra total distanciamento. Ele ouve muitas músicas da banda The Smiths e usa pseudônimos de personagens de programas de TV dos anos 1970. Todas essas pequenas peculiaridades pretendem ser espirituosas ou atraentes, mas acabam refletindo o total desinteresse do protagonista por tudo ao seu redor.
Uma história sem interesse real
O filme estreia em Paris, com O Assassino esperando pacientemente por seu alvo em um hotel. Depois de errar o alvo, o filme muda para uma história de vingança padrão, com confrontos nada surpreendentes e um confronto inconclusivo. Mesmo a intervenção de Tilda Swinton em “The Expert” não é suficiente para elevar o nível do filme.
O resto do filme se arrasta para uma conclusão previsível, com sequências elaboradas, mas não muito emocionantes. A atuação de Michael Fassbender, embora consistente com o tom do filme, carece de sabor. E no final, a maior falha de “The Killer” é o tempo que os espectadores perdem assistindo a este filme decepcionante.
Fonte: www.salon.com